Programa de Pós-Graduação em Parasitologia (ICB/UFMG)
A Pós-Graduação em Parasitologia da Universidade Federal de Minas Gerais foi o primeiro programa da área a ser implantado no país, com o seu Mestrado criado em 1969 e o Doutorado em 1977. O Programa atualmente é estruturado em 10 linhas e 78 projetos de pesquisa incluídos nas áreas de Protozoologia, Helmintologia, Entomologia, Imunoparasitologia e Epidemiologia das Doenças Infecciosas e Parasitárias. Na avaliação trienal da CAPES (2010-2012), o nosso Programa consolidou a nota 6 recebida no triênio anterior (2007-2009), recebendo naquela ocasião o seguinte comentário no Relatório de Avaliação do Comitê de Ciências Biológicas III: "Um programa, o da UFMG-Parasitologia, certamente o melhor programa de Parasitologia Básica que temos, teve um aumento expressivo em publicações e em formação de pessoal. Houve ainda uma reformulação nesse programa, ingresso de novos docentes e aumento expressivo na formação de pessoal".
As ações estratégicas adotadas nos últimos anos aliadas ao comprometimento do corpo docente, discente e técnico-administrativo do Programa permitiram ao PPGPAR-UFMG obter na avaliação referente ao quadriênio 2013-2017 o conceito "Muito bom" em todos os quesitos de avaliação e foi recomendada a Nota 7. As ações definidas para o próximo quadriênio visam consolidar a Nota 7 do PPGPAR-UFMG, através da contínua inserção do nosso Programa de Pós-graduação em Parasitologia tanto no cenário nacional como internacional, em busca da excelência e da manutenção da produção de conhecimento diferenciado e formação de recursos humanos em Parasitologia, bem como visando manter o legado histórico do Programa e seu papel solidário e essencial de formação de pessoal no Sistema Nacional de Pós-graduação.
Nestes 50 anos, além da preocupação na formação de recursos humanos pós-graduado de qualidade (374 mestres e 276 doutores), encontram-se estudos que se aplicam à Saúde Pública e revertem em bem-estar da coletividade, destacando-se a produção de uma vacina contra a leishmaniose tegumentar americana e o registro de patentes de armadilhas para controle de mosquitos vetores do dengue e da febre amarela. Um dos principais indicadores de excelência do programa é evidenciado pelo destino dos alunos egressos, geralmente absorvidos pelas instituições de ensino e pesquisa, públicas ou privadas e a sua inserção, diante da nossa realidade social e política do país frente à crescente expansão e urbanização das doenças parasitárias. Cumpre salientar que a Parasitologia transcende o interesse acadêmico, construindo a base fundamental para uma política sanitária bem estruturada e que visa assegurar o desenvolvimento da nação. Em face disto, o Programa de Pós-Graduação em Parasitologia busca desempenhar de forma ágil e efetiva o seu papel na formação destes recursos, incorporando cada vez mais interdisciplinaridade, ao utilizar-se de modernas abordagens da Biologia como Epidemiologia, Imunologia, Genômica e Proteômica. Adicionalmente devem-se considerar os aspectos tradicionais da Parasitologia, os quais são ainda de enorme importância na prevenção e controle das parasitoses no país, onde há persistência de parasitos como os da malária, geo-helmintoses, re-emergência de leishmaniose visceral e dengue e emergência de novos agentes oportunistas em indivíduos com AIDS, além das zoonoses parasitárias em animais de produção causadores de grande perda econômica.
O nosso Programa considera que uma adequada formação teórico-pratica em Parasitologia é tão importante quanto à produção cientifica dos pós-graduandos, sobretudo para os discentes de mestrado. Assim, anualmente, oferecemos as disciplinas obrigatórias Atividade de Campo I e II, na qual os alunos de Mestrado e Doutorado passam uma semana no Norte de Minas (Januária e Dom Joaquim), uma região de baixo IDH e endêmica para esquistossomose mansoni e leishmaniose cutânea. Durante o desenvolvimento da disciplina os alunos entram em contato com a realidade destas moléstias e também participam ativamente da coleta e exame de caramujos vetores de esquistossomose, triatomíneos e flebotomíneos. Consideramos esta experiência de campo fundamental para a integralidade da formação de um parasitologista. Para realização destas atividades, os estudantes e professores contam com o apoio do Centro Avançado de Tratamento e Pesquisa em Leishmanioses de Januária e Centro de Controle da Esquistossomose de São Joaquim.