Extensão e Ações Socais

Material didático | Ações Educativas em áreas endêmicas no norte de MG | Diagnóstico da leishmaniose visceral canina | Projeto SOL | Síntese de peptideos





O PPGPAR tem realizado ações assistenciais e educativas no Centro Avançado de Tratamento e Pesquisa em Leishmaniose de Januária, e no Centro de Controle da Esquistossomose em São Joaquim, distrito de Januária, há cerca de 15 anos. A região de Januária apresenta incidência de pobreza avaliada em mais de 50% e índice do desenvolvimento humano (IDH-M) de 0,658 em 2010 (PNUD, 2010), sendo considerada endêmica para diferentes doenças parasitárias como leishmaniose, esquistossomose e doença de Chagas.

O Centro Avançado de Tratamento e Pesquisa em Leishmanioses é atualmente coordenado pelo professor Stefan Michael Geiger, docente permanente do PPGPAR-UFMG. As atividades de atendimento ao público são conduzidas por cinco funcionários fixos cedidos pela FUNASA/SMS-Januária, sendo um auxiliar de enfermagem, um enfermeiro, um farmacêutico-bioquímico, uma auxiliar de limpeza e do médico Dr. Demétrius Fabian Fernandes. Este Centro foi criado em 2000 como uma ação conjunta de diferentes instituições, como a Universidade Federal de Minas Gerais, o Infectious Disease Research Institute (Seattle, EUA), a FUNASA e a Secretaria Municipal de Saúde de Januária (MG). As atividades principais do Centro concentram no diagnóstico precoce e tratamento da leishmaniose tegumentar humana e, atualmente, no controle de geohelmintoses e esquistossomose. Em média são avaliados 1400 pacientes por ano (600 casos confirmados de leishmaniose tegumentar/ano) que são submetidos ao teste de Montenegro para determinação da prevalência de leishmaniose na região. O Centro oferece o tratamento para pacientes notificados em outros centros, permitindo que um número maior de pacientes receba tratamento adequado conforme orientação médica. Todos os indivíduos que receberam tratamento são acompanhados e tratados até completa cura clínica da lesão apresentada. O Centro atua como uma das bases para disciplina de Atividade de Campo, onde alunos de mestrado e doutorado do Programa de Pós-graduação têm a oportunidade de aprenderem in loco sobre as leishmanioses e ainda outras doenças parasitárias endêmicas na região Norte de Minas Gerais. Outro importante aspecto da disciplina Atividade de Campo é a atuação dos discentes junto às comunidades através de atividades socioeducativas. Os alunos organizam palestras, atividades lúdicas, feiras de ciências, e outras atividades relacionadas à prevenção de doenças parasitárias e outros problemas sociais que acometem a população local, como drogas e doenças sexualmente transmissíveis.

Já o Centro de Controle da Esquistossomose em São Joaquim é fruto da colaboração entre o Departamento de Parasitologia/UFMG, FUNASA e a Secretaria de Saúde Municipal de Januária, e conta com um técnico de laboratório, também cedido pela FUNASA/SMS-Januária. Desde 2006, as atividades de diagnóstico e tratamento realizadas buscam principalmente a redução na prevalência da infecção pelo Schistosoma mansoni no distrito rural de São Joaquim, localizado a 100 quilômetros de Januária, município mineiro do Médio São Francisco, diversas atividades vêm sendo desenvolvidas pelo Centro de Controle da Esquistossomose (CCE) junto aos cerca de 5000 habitantes locais. O projeto conta, atualmente, com sede física e equipe técnica no próprio distrito que atende ao público diariamente. Para se reduzir a transmissão do parasito na região parece fundamental, além das medidas de identificação dos focos de transmissão, diagnóstico e tratamento, não apenas a conscientização, mas o apoio e a participação populares que têm sido continuamente buscados durante, por exemplo, as realizações de eventos no CCE com cunho solidário. O envolvimento crescente de setores da sociedade, como da escola local, tem sido observado, indicando a possibilidade de estar em curso uma modificação ideológica que, no futuro, poderá proporcionar a existência de um controle social atuante. Ressalta-se que entre os anos de 2006 (quando foi realizado o inquérito coprológico seguindo-se o tratamento dos positivos), e 2009 (realização de exames malacológicos, coproscópicos, tratamento dos parasitados, palestras educativas entre outras atividades), verificou-se uma gradual redução na prevalência da parasitose de 58% para 26% e diminuição dos casos graves da doença, apesar de ocorrer contato diário com águas contaminadas da bacia do rio Jaboticaba (única fonte para o distrito). Outros parasitos ainda se encontram presentes com destaque para Entamoeba spp., Giardia duodenalis, Ascaris lumbricoides e ancilostomídeos. Além da melhoria da saúde da população, a integração entre a Universidade e a comunidade de São Joaquim, tendo o CCE como referência, possibilita também a realização de pesquisas científicas e oferecimento das disciplinas Atividades de Campo I e II no PPGPAR-UFMG.

Programa de Pós-Graduação em Parasitologia – ICB – UFMG
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